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Modelo Para Construção de Cursos à Distância: Análise

Design Instrucional

Caso ainda não tenha lido, recomendo o texto "Modelo Para Construção de Cursos à Distância"

Na fase de análise é examinada a necessidade de aprendizagem objetivando realizar uma caracterização do contexto, traçar o perfil do público-alvo e delinear o problema educacional.

Para tanto é necessário realizar uma coleta de dados que geralmente é feita pela utilização de um checklist ou por um briefing. Bittencourt (1999), que desenvolveu uma metodologia para a construção de um curso Lato Sensu de educação a distância via internet, recomenda que o checklist ou briefing contenha dados básicos sobre o público-alvo, como por exemplo: "a dispersão geográfica; tipo de tecnologia a que têm acesso; faixa etária; escolaridade; conhecimento anterior sobre o tema; situação motivacional; contexto e informações culturais (p.40)". Araújo (2009), além dos dados básicos, recomenda realizar um mapeamento e analisar todas as variáveis que estão envolvidas no contexto educacional, a fim de incorporar fatores contextuais no projeto.

Filatro (2007) ressalta a importância da incorporação de fatores contextuais para diminuir os riscos de fracasso e flexibilizar a proposta de aprendizagem. A autora destaca uma "aprendizagem mais flexível, em que os alunos podem satisfazer necessidades individuais por meio de recursos personalizados" (p.105). Bittencourt (1999) também destaca a importância da flexibilização e da contextualização da proposta para atender diversos estilos e ritmos de aprendizagem.

Testa (2002) em seu estudo sobre os fatores chave de sucesso para cursos a distância via internet enfatiza a contextualização para que o planejamento seja feito de acordo com as características do público-alvo, de modo a atender suas necessidades e expectativas e assim evitar a evasão e desmotivação. Para tanto, o autor destaca que seja feita uma análise para identificar se o aluno possui disciplina, organização, motivação e tempo disponível para participar do curso.

Assim, por meio de dados levantados do contexto, é possível definir objetivos gerais e específicos para o curso, traçar o perfil do público-alvo, definir orçamento, cronograma e recursos humanos e tecnológicos necessários e, principalmente, analisar os riscos envolvidos, as limitações e o contexto de aplicação. Além de utilizar o potencial da internet e de outras tecnologias para personalizar e permitir que os alunos possam decidir como, quando e onde estudar.

A fim de facilitar a correta realização dessa fase, Pinheiro (2002) recomenda as seguintes estratégias:

  1. Identificar a filosofia da organização através de entrevistas ou questionários; identificar a missão, visão, objetivos e valores a fim de projetar o curso em sintonia e de acordo com a realidade da organização.
  2. Identificar as necessidades de instrução por meio de pesquisa documental, questionários, entrevistas e discursão com as pessoas envolvidas no projeto; identificar os requisitos e as expectativas da organização.
  3. Identificar o público-alvo utilizando questionários e entrevistas semiestruturadas; identificar a formação, aspectos culturais, experiência com educação à distância, alfabetização tecnológica e condições financeiras do público-alvo.
  4. Identificar a estrutura tecnológica visitando o parque tecnológico ou entrevistar os responsáveis pela Tecnologia de Informação da organização, a fim de identificar a existência de laboratórios, plataforma dos computadores, qualificação dos profissionais e, principalmente, as condições de acesso à internet da organização.
  5. Identificar potenciais mídias através de entrevistas ou visitas verificar as condições para produção de potenciais mídias como vídeos, áudios, materiais impressos e vídeos conferências ou verificar o interesse de terceirização da produção das mídias.
  6. Identificar os custos através das análises anteriores e no pagamento de professores, tutores, pessoal de apoio, produção de materiais, preço das mensalidades e demais custos identificados; determinar a relação custo beneficio do projeto.
  7. Definir objetivo: baseado em análises com as pessoas envolvidas no projeto definir o objetivo geral e os objetivos específicos, além da definição de carga horária.

Essa fase fornece subsídios para todas as demais fases e, principalmente, para tomada de decisões durante o desenvolvimento das outras fases, portanto, a sua correta execução permite facilitar e aumentar as chances de sucesso do desenvolvimento do curso. Contudo, conforme citado anteriormente, é pertinente salientar que os resultados não são definitivos passíveis de serem aprimorados e revistos.

Baseado nos dados obtidos nessa fase, a próxima, Design, envolve o desenvolvimento de um ambiente de aprendizagem.

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Referências: